A Cirurgia Dermatológica é uma área de atuação da Dermatologia que abrange procedimentos diversos, capazes de remover ou modificar a pele e o tecido celular subcutâneo, sejam eles diagnósticos, cirúrgicos, cosmiátricos ou oncológicos. Dentre os procedimentos realizados, podemos destacar: cirurgia e procedimentos a laser, criocirurgia, remoção de pintas e sinais, eletrocirurgia, preenchimentos, cirurgia Micrográfica de Mohs e eletrocirurgia, cirurgia de unha e transplante de cabelos. O profissional que realiza tais procedimentos é obrigatoriamente um médico dermatologista, com título de especialista em dermatologia e aprovado em concurso pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Deste modo, ao conhecimento clínico da fisiologia da pele e de suas patologias, soma-se o domínio das técnicas cirúrgicas, assegurando mais segurança aos pacientes tratados. Abrangente, a Cirurgia Dermatológica engloba desde tratamentos para melhorar a qualidade de vida e a autoestima de seus pacientes – como peelings e preenchimentos, por exemplo – até tratamentos para câncer de pele e outras doenças, utilizando o que existe de mais moderno em terapêutica médica.
A cirurgia dermatológica pode ser dividida em:
– Cirurgia básica: remoção de pintas, cistos, lipomas, unha encravada, etc;
– Cirurgia avançada: retirada de tumores e cânceres de pele, enxertos, correção de cicatrizes, etc;
– Cirurgia corretiva: tratamento de cicatrizes de acne, tatuagens, manchas, etc;
– Cirurgia cosmética: transplante de cabelos, cirurgia de pálpebra, lipoaspiração tumescente e outras;
– Procedimentos dermatológicos: toxina botulínica, laser, etc.
Os cirurgiões dermatológicos são os profissionais que possuem mais condições de cuidar de problemas como um hematoma, cicatriz ou mancha, pois são médicos completos e especializados em doenças de pele e procedimentos, que dominam todos os processos.
Conheça os Procedimentos da Cirurgia Dermatológica
Ácido poli-l-lático que estimula produção de colágeno e provoca o efeito lifting
O ácido poli-l-lático é indicado para preencher depressões do sulco naso-labial, lábio-mentoniano (região da boca ao queixo), salientar regiões malares em casos de atrofia e atenuar flacidez na mandíbula. Ele resgata e melhora a estrutura da pele, dando um efeito de lifting no rosto, que dura por um período de 18 meses. Antes de realizar o procedimento, é necessário passar um creme anestésico. A aplicação do produto é realizada com uma agulha delicada, na forma de pequenas punturas, na derme. Por ser uma técnica de estimulação de colágeno, os resultados só são perceptíveis após a segunda sessão. Em geral, são necessárias apenas duas ou três sessões de aplicação, com intervalo mínimo de 30 dias. Após a aplicação, é possível que surja edema ou, ainda, leve eritema, que desaparecem no dia seguinte. Há também a probabilidade de aparecerem equimoses (hematomas superficiais). Mesmo sendo composto pelo ácido L-polilático, um polímero biodegradável seguro, que, justamente, garante o índice quase nulo de efeitos colaterais, o ácido poli-l-lático não deve ser utilizado por gestantes.
Tratamento que melhora a oxigenação da pele e estimula a produção de colágeno e elastina, por meio da injeção subcutânea de gás carbônico sob a pele
A carboxiterapia é uma técnica que melhora a oxigenação da pele e estimula a produção de colágeno e elastina, por meio da injeção subcutânea de gás carbônico sob a pele. Pode ser usada para tratar estria, celulite e flacidez, e também para rejuvenescimento facial.
Tratamento de lesões cutâneas com bisturi elétrico ou ácidos, promovendo destruição dos tecidos. A cauterização é muito usada no caso de verrugas virais e algumas lesões queratósicas benignas e pré-malígnas.
Aplicação de feixes de luz (raio laser) sobre a lesão para cortá-la ou vaporizar as células que a compõem
Utilizado na Medicina desde os anos 1960, o laser é, atualmente, uma das tecnologias mais empregadas em tratamentos dermatológicos e pode ser usado para rejuvenescimento, remoção de pelos, tratamento de flacidez e celulite e redução de manchas e cicatrizes, entre outros procedimentos. A evolução extraordinariamente rápida dos lasers na medicina e cirurgia ocorreu dentro de quatro décadas, desde que o primeiro laser, de rubi, foi usado no tratamento de doenças cutâneas. Nos anos 1960 e 1970, o argônio e lasers de CO2 de onda contínua (CW) foram usados para cortar ou coagular lesões superficiais da pele. A teoria da fototermólise seletiva, proposta por Anderson e Parrish, em 1983, levou ao desenvolvimento de lasers pulsados de alta energia capazes de destruir seletivamente células e suas organelas. O laser possui um alcance de expansão rápido de aplicações na medicina e cirurgia. Avanços tecnológicos e uma melhor compreensão de interações entre tecido e laser levaram ao desenvolvimento de lasers de alta energia pulsados, que podem alcançar de forma seletiva diferentes estruturas da pele, tais como vasos sanguíneos, partículas de pigmento e folículos pilosos. A proteção da epiderme com sistemas de resfriamento ativos durante o tratamento a laser de lesões cutâneas reduz o risco de efeitos colaterais, aumenta a tolerabilidade do paciente e permite o uso de fluências mais altas para uma eficácia maior do tratamento. O uso de comprimentos de ondas mais longos, durações de pulso mais longas e fluência mais alta, juntamente com resfriamento ativo da epiderme, têm melhorado significativamente a habilidade dos lasers de tratar lesões vasculares. O tratamento a laser de lesões pigmentadas está bem estabelecido, mas existe uma controvérsia contínua quanto ao tratamento apropriado de nevos melanocíticos congênito e adquirido. Rejuvenescimento da pele a laser sem uso de corte foi introduzido com sucesso na prática clínica, oferecendo uma alternativa ao érbio: lasers de CO2 escaneados ou pulsados e erbium:YAG para pacientes com cicatrizes e rugas suaves. A redução capilar por tempo prolongado é outra possibilidade viável em indivíduos pouco ou muito pigmentados, devido à disponibilidade de lasers com comprimentos de ondas e durações de pulsos variáveis.
O tratamento é realizado com anestesia local e consiste na retirada parcial da unha doente
A unha encravada (Onicocriptose) ocorre quando uma das pontas da unha, ao crescer, literalmente “penetra” na pele em volta dela. O processo decorre de um aumento na pressão sobre a unha ou suas pregas, causado principalmente pelo ato de apará-las de forma errada ou usar sapatos apertados ou de pontas finas. O encravamento se caracteriza pela inflamação e vermelhidão dos cantos da unhas, que podem até mesmo soltar pus e provocar dores com intensidade variada. No início do encravamento, podem ser tentados o tratamento clínico com higienização frequente da unha e elevação da ponta que está penetrando o tecido. Nunca tente cortá-la, pois determinará uma piora do quadro. Nos casos que não respondem, o tratamento é cirúrgico, com a retirada parcial da unha doente. Recidivas não são comuns, mas podem ocorrer. Naqueles pacientes com tendência a ter unhas em telha (arredondada) é possível fazer abrasão da unha. A cirurgia da unha é feita com anestesia local e, na maioria das vezes, não é necessário retirar toda a unha. O tratamento pode ser feito também com uma técnica nova chamada fenolização de matriz ungueal. Em vez de de cortar a unha, o dermatologista aplica um ácido que destrói parte da unha que estava encravada e o local cicatriza mais rapidamente, sem necessidade de cortes e pontos.
Cirurgia de pálpebras (blefaroplastia)
A cirurgia de pálpebras, ou blefaroplastia, é uma cirurgia plástica ou estética das pálpebras, que tem por finalidade remover o excesso e pele e bolsas de gordura que se acumulam sobre as pálpebras superiores e/ou inferiores. Com o envelhecimento, a pele das pálpebras tende a ficar mais flácida, assim como a musculatura de sustentação dos olhos. Algumas pessoas têm maior tendência a formar aquelas bolsas de gordura sob a pálpebra, e isso se agrava com a perda do tônus muscular que mantém as bolsas. Com o tempo, a musculatura flácida, associada ao excesso de pele, faz com que as pálpebras fiquem pesadas e caídas. Esse processo pode ser acelerado pela perda súbita de peso, processos alérgicos, alterações oftalmológicas e até problemas tireoidianos. Na blefaroplastia superior, remove-se, do centro de cada pálpebra superior, uma dobra horizontal de pele, de modo que a cicatriz se localize ao longo de uma prega natural, ficando escondida quando a pálpebra está aberta. Na blefaroplastia inferior, a incisão é feita logo abaixo dos cílios, de modo a que a cicatriz fique na zona de sombra das mesmas e se prolongue obliquamente, de modo a não ficar visível. A cirurgia é realizada normalmente com anestesia local em regime de cirurgia de ambulatório e demora cerca de 1 hora e meia a 2 horas Alguns médicos indicam anestesia geral, mas não é obrigatória, porém o paciente pode pedir ao médico que se realize o procedimento com sedação. Neste caso, o paciente dorme, mas não é necessário tomar anestesia geral, evitando complicações. Após a cirurgia, o paciente pode sentir ardor nas pálpebras pela sensibilidade do local, mas não é comum que a dor seja intensa. É usual o aparecimento de algumas equimoses (manchas roxas e inchaço) ao redor dos olhos. São indicadas pomadas com antibiótico para evitar infecção e compressas de soro fisiológico gelado, para reduzir a tumefação e as equimoses. Os pontos de sutura são removidos de 3 a 5 dias após a cirurgia. A recuperação ocorre em uma semana e as marcas desaparecem de 2 a 3 semanas depois. Já as cicatrizes tornam-se inaparentes ao fim de seis a doze meses, na maioria dos casos. Nas pessoas com propensão para a formação de queloides, as cicatrizes podem se mante e, por isso, é necessário debater esse risco na consulta pré-operatória.
A Cirurgia Dermatológica engloba todos os procedimentos realizados na pele ou no tecido celular subcutâneo
A Cirurgia Dermatológica é uma área da Dermatologia que engloba os procedimentos realizados na pele ou no tecido celular subcutâneo, sejam eles diagnósticos, cirúrgicos, cosméticos ou oncológicos. Os procedimentos incluem desde tratamentos simples, como a remoção de pintas, sinais, cistos, lipomas, unhas, queloides, cicatrizes, etc; quanto técnicas especializadas como cirurgias do câncer de pele, cirurgia micrográfica de MOHS, cirurgias reparadoras, transplante de cabelos e lipoaspiração de pequeno porte.
Cirurgia Micrográfica é um método cirúrgico e laboratorial que permite ao cirurgião retirar apenas o tumor, controlando microscopicamente todo o procedimento.
A Cirurgia Micrográfica é uma técnica que remove tumores cutâneos de forma extremamente precisa, pois além de retirar o câncer – evitando a remoção excessiva de tecido sadio peri-tumoral – avalia microscopicamente todas as margens da lesão durante a cirurgia. Consequentemente, possibilita mais segurança em relação à cura, pois a avaliação das margens é feita antes de se proceder o fechamento cirúrgico, gerando cicatrizes menores que na técnica convencional, na qual é preciso retirar uma margem grande de segurança. Descoberta por Frederic Mohs, a Cirurgia Micrográfica surgiu nos anos 1930. Atualmente, é realizada geralmente de forma ambulatorial, sob anestesia local. O cirurgião retira o tumor sem margens de segurança alargada, de forma a preservar o máximo de tecido sadio possível. O exame micrográfico analisa toda a margem cirúrgica e decide se há ou não a necessidade de retirar mais tecido acometido pelo tumor, e assim por diante. Ou seja, a cirurgia é feita por ciclos ou estágios, até que todo o câncer seja retirado. O tipo de câncer mais operado com cirurgia micrográfica é o carcinoma basocelular (câncer de pele mais comum entre pessoas de pele clara). Uma grande variedade de outros tumores como espinocelulares (tumor de pele maligno, mais invasivo e com desenvolvimento mais rápido que o do carcinoma basocelular), certos tipos de melanoma, tumores de anexos, o dermatofibrossarcoma e outros tumores do tecido fibroso também podem ser operados com a técnica. A Cirurgia Micrográfica também é indicada para tumores com margens mal delimitadas, áreas críticas – como o redor dos olhos, nariz, boca – e outras regiões em que a extensão do tumor pode provocar deformidades após a cirurgia. Essa cirurgia é feita normalmente com anestesia local, sendo que, em alguns casos, se associa a sedação anestésica para permitir mais conforto ao paciente.
Criocirurgia é uma técnica de tratamento por congelamento, atualmente realizada por meio do nitrogênio líquido, que diminui a temperatura dos tecidos ou das células.
O termo criocirurgia designa o uso do frio e a diminuição de temperatura da região para tratar uma determinada doença ou sintoma. Também conhecida como “terapia pelo frio”, a criocirurgia abrange um conjunto de técnicas utilizado por várias especialidades médicas, para diminuir inchaços, tratar edemas, aliviar dores, inflamações , dentre outras finalidades. O processo de “esfriamento” do tecido a ser tratado pode ser feito de diferentes maneiras: imersão em água gelada, bolsa de gelo, bandagens. Na Dermatologia, a criocirurgia cutânea emprega o nitrogênio líquido. O nitrogênio líquido a -196°C provoca o congelamento das lesões cutâneas e reduz sua temperatura para muito abaixo de zero, alteração que leva à destruição do tecido doente. Em geral, a aplicação é feita de duas formas: por meio de um spray que borrifa um jato de nitrogênio líquido diretamente na lesão, ou por meio do congelamento de ponteiras encostadas no local a ser tratado. A criocirurgia é utilizada no campo dermatológico desde 1851, quando James Arnoldt apresentou o primeiro equipamento de criocirurgia. O primeiro criógeno a ser utilizado em Dermatologia foi o gás carbônico, que chegava a temperatura de -79°C, mas era limitado para o tratamento de lesões bem superficiais. Durante a Segunda Guerra, conseguiu-se produzir o nitrogênio líquido a -196°C, com uso praticamente sem riscos. Na década de 1960 iniciou-se a construção dos primeiros aparelhos que aplicavam o nitrogênio líquido que oferecia boa penetração do congelamento na pele, com possibilidade de ser utilizado no tratamento de tumores cutâneos e com boa eficácia nos casos indicados. Hoje, utiliza-se essa substância para congelar e destruir algumas lesões cutâneas. A criocirurgia é uma opção terapêutica adequada para tratar tumores cutâneos benignos, pré-malignos ou malignos, lesões cutâneas pequenas, médias ou grandes, manchas na pele, remoção de verrugas, molusco contagioso, queratose seborreica, hemangioma, queratose actínica, Doença de Bowen (placa avermelhada escamosa ou crostosa, não elevada e progressiva) e carcinoma basocelular. Para quem não pode fazer um tratamento com o uso do bisturi elétrico, e também para idosos ou pessoas com pânico de submeter-se a cirurgias, a criocirurgia é uma boa alternativa. Ele também é uma opção aos tratamentos que utilizam cáusticos, curetagem, eletrocoagulação e cirurgia.
A criolipólise é um procedimento não invasivo, que utiliza uma nova tecnologia de resfriamento intenso e localizado para remoção de gordura.
Esse laser atinge e elimina as células de gordura sem lesar os tecidos vizinhos. A ponteira do aparelho é pressionada na área a ser tratada – como a gordurinha da lateral do abdome, por exemplo. Segue-se um resfriamento intenso da área tratada num nível suficiente para atingir e danificar as células de gordura do local, sem danificar a epiderme. O organismo reage com uma resposta inflamatória que leva à apoptose (morte da célula de gordura) e, consequentemente, à eliminação dessas células, gerando uma melhora no contorno corporal, que pode ocorrer em até três meses. A criolipólise é considerada um método revolucionário, pois durante anos os cientistas trataram a gordura localizada somente por meio de técnicas de aquecimento para ser empregado.
Método que utiliza um instrumento cortante para raspar a pele e remover lesões superficiais, pode ser associado a cauterizações químicas ou eletrocauterizações.
Utilização de aparelhos de luz pulsada para remoção de pelos indesejáveis
A depilação definitiva é uma técnica que utiliza aparelhos de laser ou luz intensa pulsada na remoção dos pelos do corpo. Nos dois casos, a energia em forma de luz dos aparelhos é captada pela melanina, pigmento presente na haste do pelo e responsável por sua coloração. Por ser mais escura, a melanina capta maior quantidade de energia do que a pele. A energia é transferida para os folículos pilosos – estruturas que geram os pelos –, danificando-os, o que impede ou dificulta o surgimento de novos fios. Embora o princípio de destruição dos pelos seja o mesmo, laser e luz intensa pulsada são aparelhos diferentes. Enquanto o laser tem um comprimento de onda único, com a luz intensa e pulsada é possível modular os comprimentos de onda. O ideal é eliminar os pelos durante a fase de crescimento (anátema), porém nem todos os fios estarão nessa etapa, o que implica a realização de mais de uma sessão. A duração total do tratamento varia conforme o paciente e é necessário um intervalo de algumas semanas entre cada sessão. Durante a aplicação, o paciente pode experimentar uma leve sensação de ardência, que pode ser minimizada com o uso de anestésicos próprios. Recomenda-se evitar a exposição ao sol 15 dias antes e 15 dias depois de cada sessão. O aparelho utilizado no tratamento será determinado pelo médico, de acordo com a pele e com as características do paciente. Por concentrar a emissão de energia nas áreas pigmentadas, a depilação definitiva foi durante anos um privilégio apenas de pessoas de pele clara e pelos escuros, pois a maior quantidade de melanina nas peles morenas poderia “enganar” o equipamento e provocar o surgimento de manchas. No entanto, já existem modernos aparelhos que podem ser utilizados em pessoas de pele mais escura, como o laser de diodo. No entanto, nesse grupo de pacientes aplica-se uma energia menor, o que torna o tratamento mais demorado. A luz intensa pulsada não é recomendada para pacientes de pele escura.
A dermatoscopia é um exame que, de forma não-invasiva, pode avaliar pintas e prevenir alguns tipos de câncer de pele, diferenciando as pintas benignas das lesões de risco
A dermatoscopia é um método que permite avaliar tanto lesões pigmentadas da pele, as chamadas pintas, como lesões não pigmentadas. Com isso, podemos dizer se uma pinta tem chance de ser um tumor maligno, denominado de melanoma, ou seja, atuar na prevenção do câncer de pele. A partir desse exame, podemos também dizer a um paciente com muitas pintas quais devem ser removidas, além de evitar a retirada desnecessária de uma lesão em uma criança, por termos a certeza de benignidade, por exemplo. Para chegar ao diagnóstico dessas lesões, é usado o dermatoscópio, aparelho que permite ampliar a imagem da pele, proporcionando uma visão em profundidade, facilitando a análise e documentação das manchas e ou pintas, especialmente quando existe a necessidade de acompanhar a evolução do quadro clínico. Há dois tipos de exame. A dermatoscopia das lesões pigmentadas que é feita no consultório, normalmente durante a consulta ou como procedimento individualizado. Temos ainda o mapeamento corporal, realizado por especialista nesse exame, na qual são utilizados aparelhos mais sofisticados e serve para fotografar todo o indivíduo e detectar precocemente modificações ou aparecimento – de pintas malignas. Quando a pele apresenta manchas e pintas com aparência dúbia, a dermatoscopia aumenta a acurácia diagnóstica ao redor de 15% – de 85% para 97% – e assim, ajuda o cirurgião dermatológico a priorizar as pintas que devem ser removidas.
Esfoliação mecânica da pele, utilizando lixas manuais ou elétricas para remover leões superficiais, cicatrizes, manchas e lesões pré-cancerígenas. Pode também remover alguns pigmentos de tatuagens, total ou parcialmente.
Dermoabrasão, ou o lixamento cirúrgico da pele, é um procedimento no qual o cirurgião dermatológico remove ou lixa a pele com um instrumento abrasivo rotatório ou lixas d’água, melhorando a superfície da pele e proporcionando uma aparência mais lisa. Quando foi inicialmente desenvolvida, a dermoabrasão foi usada predominantemente para melhorar cicatrizes resultantes da acne, catapora, e acidentes. Hoje, ela também é usada para tratar outros tipos de alterações da pele, como tatuagens, manchas da idade e alterações causadas pelo dano solar crônico, como rugas profundas e degeneração pré-cancerosa. A dermoabrasão pode ser feita no consultório ou no hospital, e uma medicação para relaxar o paciente pode ser administrada antes da cirurgia. A área é totalmente limpa com um agente antisséptico de limpeza e em seguida infiltrada uma solução anestésica. Um instrumento rotativo de alta velocidade, com um disco abrasivo ou escova, remove ou lixa as camadas superiores da pele e melhora as suas irregularidades superficiais. Em alguns casos, um papel abrasivo pode ser usado e unguentos calmantes e compressas são então aplicadas. Antes da cirurgia, é feito um histórico e exame cuidadoso do paciente, para avaliar as condições da pele. O cirurgião dermatológico descreve os tipos de anestesia que serão usados, o procedimento e os resultados realistas que podem ser esperados. O médico também revisa tratamentos alternativos e explica sobre possíveis riscos e complicações. Frequentemente, são feitas fotografias antes e depois da cirurgia, para ajudar a avaliar a melhora obtida. Instruções impressas pré e pós-operatórias são passadas ao paciente. Medicação para prevenir a ativação de herpes simples poderá também ser receitada. No pós-operatório, durante poucos dias, a sensação é de uma pele severamente queimada pelo sol. Alguns medicamentos podem ser prescritos para aliviar qualquer desconforto que o paciente possa ter, mas a maioria das pessoas não experimenta uma dor severa. Compressas especiais e aplicação de emolientes ajudam a acelerar a recuperação da pele. A cicatrização total geralmente ocorre em até dez dias. A nova pele formada tem coloração rosa, e gradualmente retorna à aparência normal em 8 a 12 semanas. Maquiagem corretiva pode ser usada para cobrir a pele cicatrizada, permitindo retomar as atividades normais entre 7 a 10 dias. Os pacientes são instruídos a usar protetor solar diariamente e evitar exposição desnecessária ao sol direta ou indiretamente por 3 a 6 meses. É importante pontuar que a dermoabrasão não permite esperar eliminar ou melhorar todas as cicatrizes em todos os pacientes. Algumas cicatrizes requerem o uso de outros procedimentos para obter melhores resultados. Isso inclui remoção cirúrgica cuidadosa de cicatrizes, seguida por pequenos enxertos de pele ou suturas. A dermoabrasão é então usada para alisar estas cicatrizes recentes, 6 a 8 semanas depois. Outros pacientes podem se beneficiar do uso de substâncias preenchedoras em conjunto com a dermoabrasão. Isso inclui colágeno injetável, ácido hialurônico ou gordura que são usadas para elevar cicatrizes deprimidas. Alguns pacientes podem se beneficiar de repetidos retoques de dermoabrasão nas áreas que não foram suficientemente melhoradas após o procedimento inicial.
Transferência de tecidos bons para áreas que perderam a pele. Muito utilizados no fechamento de cirurgias de câncer de pele ou em queimaduras.
Denominamos retalho o segmento da pele e subcutâneo com um seguimento vascular próprio, que será movido de uma área para outra, com a finalidade de preencher uma ferida cirúrgica. Quando se cria uma ferida cirúrgica, pela retirada de um tumor cutâneo, o primeiro passo é tentar removê-la com fechamento primário das bordas. Se o defeito criado pela ferida cirurgia for muito grande, não se consegue aproximar as bordas e há necessidade de fazer um retalho ou enxerto de pele. A reconstrução pode ser realizada ao mesmo tempo cirúrgico ou deixada para um segundo plano, quando as condições clínicas do paciente não forem favoráveis. Admite-se, em média, até 7 dias para a realização de um retalho, entretanto o leito receptor deverá ser preparado, reavivando-se as bordas da ferida e diminuindo-se o tecido de granulação. Algumas condições são necessárias para realização de um retalho. O tipo de pele e a região doadora devem dispor de sobras e mobilidade, para que o retalho atinja a área receptora sem tração ou sofrimento vascular no seu pedículo e, também, a nova área ulcerada criada pela doação de pele deverá permitir um fechamento primário sem dificuldades. Já um enxerto é um pedaço de pele retirada de uma área corpórea – a área doadora –e transferida a outra, a área receptora, restabelecendo assim um novo suprimento sanguíneo. Os enxertos podem ser classificados da seguinte forma:
- Enxerto de pele total – caracteriza-se pela presença da epiderme e a total espessura da derme;
- Enxerto de pele parcial – caracteriza-se pela preservação da derme na área doadora, possibilitando assim a reepitelização da mesma, por meio das células epiteliais procedentes dos sistemas pilossebáceos e das glândulas sudoríparas remanescentes na área doadora;
- Enxertos compostos – consiste em uma porção intacta contendo toda epiderme e a derme, com um componente adicional de gordura ou cartilagem. Ex: enxerto condrocutâneo (pele conectada a uma das faces da cartilagem), enxerto condrobicutâneo (pele conectada a ambas a face da cartilagem), enxerto dermogorduroso (derme com tecido gorduroso);
- Autoenxerto – quando o doador e o receptor são o mesmo indivíduo;
- Homoenxerto ou aloenxerto – quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém da mesma espécie. Ex: curativo biológico (utilizado de forma temporária);
- Isoenxerto – quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém geneticamente idênticos. Ex: gêmeos univitelinos;
- Xenoenxerto – quando o doador e o receptor são indivíduos de espécies diferentes. Ex: curativo biológico (pele de porco utilizada em seres humanos).
A escleroterapia é uma injeção de pequena quantidade de substâncias irritantes em microvarizes ou telangiectasias.
A escleroterapia é uma injeção de pequena quantidade de substâncias irritantes em microvarizes ou telangiectasias. A solução injetada por uma agulha fina provoca uma irritação na veia e esta se contrai, fecha e esclerosa, daí o nome escleroterapia. Após o procedimento, o sangue não pode mais penetrar na veia tratada, o que evita a formação de novas telangiectasias no mesmo local. Pode haver necessidade de reaplicação de 1 a 3 novas injeções para o desaparecimento total das lesões. A maioria desaparece de 3 a 8 semanas de tratamento. Há pouca ocorrência de efeitos colaterais: alguns pacientes se queixam de sensação de queimação no local logo após a injeção, o que desaparece em algumas horas; mais raramente podem ocorrer pequenas bolhas no local com cicatrização rápida e espontânea; pequenas áreas escurecidas na pele, que desaparecem com o tempo ou após tratamento especial com agentes clareadores; hematomas, que surgem quando as veias são muito frágeis e desaparecem espontaneamente; edema (inchaço), tratado com a elevação das pernas e/ou compressas quentes locais. Na maioria das vezes, o resultado é satisfatório. É importante lembrar da necessidade de se fazer sessões repetidas em intervalos variáveis de acordo com cada paciente.
Corresponde à retirada da pele que contém a lesão, com margem de segurança que varia conforme o tipo de câncer. Posteriormente a pele é fechada através de pontos. Pode ser realizada em todos os tipos de câncer de pele sendo o tratamento de escolha para o melanoma. A excisão cirúrgica corresponde à retirada de uma lesão cancerosa, com margem de segurança que varia conforme a neoplasia. Após a retirada da lesão com bisturi ou outro instrumento afiado para corte, a pele é fechada com pontos. A excisão cirúrgica pode ser realizada em todos os tipos de câncer de pele, sendo o tratamento de escolha para o melanoma.
Quimioterapia tópica aplicada em verrugas e pequenos tumores de pele, sem tratamento cirúrgico
A terapia Imiquimod tem sido utilizada com sucesso para o tratamento de várias condições dermatológicas, incluindo carcinoma basocelular, estucoqueratose, doença de Bowen, molusco contagioso, verrugas virais. O Imiquimod está registrado no Brasil para o tratamento de verrugas externas presentes nas regiões genital e perianal (condiloma acuminado), em pacientes com idade igual ou superior a 12 anos, sendo aprovado também para o tratamento de ceratose actínica. O Imiquimod potencializa a produção do Interferon, que tem efeito antiviral, antiproliferativo e antiangiogênico. Estimula também as células de Langerhans, principais células apresentadoras de antígenos da epiderme, a migrarem até os linfonodos e ativarem a produção de células T HPV-específicas. Imiquimod é um modificador da resposta biológica, mimetizando o que ocorre na resposta imune normal quando o HPV é reconhecido pelo sistema imune. Para fazer o tratamento, aplicar camada fina sobre a área afetada 3 vezes por semana, antes de dormir, friccionando até que o produto desapareça completamente. Não ocluir o local de aplicação. Deixar o produto agir por 6 a 10 horas. Após esse período, remover o produto da área tratada lavando-a com água e sabonete suave. Aplicar em dias alternados. Lavar as mãos antes e depois da aplicação do produto. A técnica apropriada para administração da dose deve ser demonstrada pelo médico. O tratamento com Imiquimod deve continuar até que haja total remissão das verrugas genitais/perianais ou por até 16 semanas no máximo.
A laserlipólise consiste na associação de laser ao procedimento de lipoaspiração
Uma das técnicas relacionadas à lipoaspiração é a associação do laser invasivo ao procedimento. Na laserlipólise, após a anestesia tumescente, aplica-se o laser no tecido adiposo. A aplicação pode ser feita através de uma microcânula de 1mm com uma fibra óptica de 300μm, no caso dos equipamentos com comprimento de onda de 1064nm, ou uma ponteira já adaptada para ser utilizada internamente, em equipamentos que emitem 924nm/975nm e 1320nm. Além da lise dos adipócitos pelo calor, contribui também o efeito fotoacústico da onda de choque do laser na parede das células. Outra vantagem, é a afinidade pela água, do comprimento de onda 1064nm, 1320nm, ou 975nm, que promovem o skin tightening, muito interessante em região mentoniana, abdome, face interna de coxas e braços . Clinicamente o procedimento é mais rápido, pois ao aspirar a gordura, esta já está parcialmente em estado oleoso, é possível a correção de irregularidades, dissolução de nódulos, menos equimose, edema e flacidez. Como desvantagem, o risco de queimaduras pelo mau uso da técnica e o custo agregado ao tratamento.